domingo, 22 de dezembro de 2013

Alegria da chuva

Ela demorou pra chegar,
Mas graças a Deus,
Os pingos de chuva alegres,
Caiam lentamente um a um.

Lentamente,
As poças de lama se formavam
Nos terreiros das casas pobres.

Pés miúdos,
Descalços,
Corriam na lama barrenta.

Felizes e nuas,
As crianças brincavam
Tomando banho de chuva
No coração do meu BRAZIL rural.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

domingo, 1 de dezembro de 2013

Cidade de Giz

Cai uma chuva fina lá fora,
O dia vai passando lentamente
Na cidade de giz.
Poucas pessoas se arriscam a saírem
De suas casas, praticamente ninguém na rua.

Tento inspiração para escrever,
Mas até agora só saíram
Estas frases soltas.
Meio bobas,
Sem rimas, quase sem vidas.

A vizinhança também quieta,
Parece dormir.
Só o barulho da chuva
Quebra o silêncio
Desse dia pacato na cidade de giz.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

sábado, 23 de novembro de 2013

Quem?

O dia clareava no povoado,
O ar fresco da manhã,
Dava energia para a mulher de cabelos longos,
Que se banhava no rio.

Andava de pés descalços,
Mas desfilava leve feito princesa,
Carregando uma trouxa de roupas na cabeça.

Veio no caminho em minha direção,
Passou por mim, como que não me viu?
Viu!
Fez que não visse.

Nem um bom dia eu ganhei da princesa índia.
Eu que sou o Rei, imaginem bem!
Naquele dia, nem um bom dia eu ganhei,
Daquela desconhecida princesa índia saída do além.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

sábado, 9 de novembro de 2013

O que sou pra você

Eu preciso saber
O que sou pra você!

Lembra,
Dessa nossa canção?
Que eu fiz pra você,
Nesse quarto de hotel,
Pra comemorar
Nossa lua de mel.

Eu preciso saber,
Por onde você andou,
O porquê me deixou.

Porque foi que voltou?
Eu preciso saber,
Pra tentar entender,
Porque me enganou.

Eu preciso saber
O que sou sem você!
E o que restou de ti,
Que eu ainda não conheço.

As feridas curaram,
Mas cicatrizes ficaram,
Pra lembrar que por ti eu sofri.

Eu preciso saber em detalhes,
O que sou pra você!

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

sábado, 19 de outubro de 2013

Identidade

Corri!

Corri, corri, corri.
Até que um dia cansei.

Falei!

Falei, falei, falei.
Até que um dia cansei.

Até brigar eu briguei,
Por muitas vezes cai e apanhei.
Mas desde o dia em que
Aprendi a reconhecer
Os meus problemas,
Nunca mais enxerguei o mundo
Como que ele estivesse errado.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

domingo, 13 de outubro de 2013

Caminhos

Restaram apenas três rabiscos
Feitos no chão;
Más estavam lá,
Onde qualquer um podia ver;

Eu apaguei o primeiro,
Maria Luíza apagou o segundo;

O terceiro ficou lá!
Esperando;
Que mais alguém
Passasse para a outra margem do rio,
Sem deixar rastos.


Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

domingo, 29 de setembro de 2013

D-R-O-G-A-S

Meu Deus!
Hoje eu vi um Zumbi,
Andando na rua.

A paz
Invadiu a casa,
Extravasou,
Arruinou com quem ela queria.

A beleza aparente,
O paraíso prometido,
Tudo foi uma mentira.

O desejo aflorou
Na mente,
Nasceu e renasceu.
A todo instante,
Alucinou-o,
Excitou-o,
Encorajou-o.

Em segundos veio à tristeza,
Que o esvaziou,
Derrubou-o,
Maltratou-o,
E o Matou.

Meu Deus!

O Zumbi era um amigo meu.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Flores do meu quintal

No meu quintal sempre tem flores!
Sempre tem flores no meu quintal.
Durmo e acordo olhando pra elas,
Como são belas as flores do meu quintal.

Qualquer dia, ainda roubo pétalas de algumas delas,
Só pra mostrar pra vocês como são belas,
Como são belas as flores do meu quintal.

Outono e inverno, verão e primavera,
Eu fico da minha janela a olhar pra elas,
Como são belas,
Como são belas as flores do meu quintal.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

domingo, 15 de setembro de 2013

Olhares

Quão lindo os olhos dela,
A me fitarem na rua
De cor em cor.

Bela criaturinha pequena,
Singela,
Tão radiante quanto o sol,
Que lá por de traz da serra
Agora se pôr.

No meu mundo,
Fantásticos pensamentos voam,
Todos em direção a ela,
Numa nuvem de puro amor.

Seus olhos me seguem,
Entre as pessoas
Que andam pela ruazinha pacata.

Não olho para traz e viro a esquina,
Na certeza de que até ali eles me seguiram,
Do alto da janela aberta do terceiro andar.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

domingo, 8 de setembro de 2013

Hoje

Hoje sou outro, mudei!
Vejo um encanto
Em cada canto,
Um brilhar
Em cada olhar.

Vejo um sorriso
Em cada criança,
Em cada pai
Uma esperança.

Vejo em cada família,
Uma vida brotar.

Vejo o amor
Nascer na paz.

Em cada família uma esperança,
Em cada pai uma criança,
Com um sorriso no olhar.

Em cada pessoa
Um sol brilhando em paz,
Crianças brincando em paz.

Hoje quero o amor,
Não quero guerras.

Guerras ..................nunca mais.


Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

sábado, 31 de agosto de 2013

Leve

Leve,
Sinto-me leve,
Sem nenhum sentimento de culpa
Quero voar.

Quero que o vento me leve,
Me leve pra qualquer lugar,
Quero tocar o céu,
Quero me banhar no mar.

Sinto-me leve,
Como um balão quero subir ao céu,
Como um pássaro, quero voar.

Quero uma vida inteira pra cantar.
Quero está no céu,
Quero está no mar.

Leve!
Que o destino me leve,
Tão longe o quanto eu possa sonhar.
Tão próximo de ti,
 O quanto à distância possa encurtar.

Quero ti,
Cantar,
Sonhar,
Amar.



Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

sábado, 24 de agosto de 2013

Criança

Rodava no chão
Como que fosse um pião;

Rolava no gramado verde
Como que fosse uma bola;

Pulava em uma perna só
Como que fosse Saci;

Brincava tanto
Como que não se cansasse;

Dormia nos braços do pai
Como que fosse a única.



Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Esquinas

Em cada esquina que passo,
Atraio dois olhares:
O da rua que me ver chegar
E o da rua que me ver partir.

Em uma me perco
E desapareço,
Na outra me encontro
E me esqueço.

Em uma eu entro,
Na outra eu saio,
Esqueço-me
Na outra que me encontra.

Desapareço na que me perco,
E o olhar da que me viu partir,
Também é o mesmo da que me viu chegar.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

domingo, 21 de julho de 2013

PERFUME

Quando eu
Senti o teu,
O meu corpo estremeceu.

Mesmo no escuro
Eu sabia que era você.

Mesmo sem te ver,
Mesmo sem te tocar,
Eu podia sentir você,
Respirávamos o mesmo ar.

Era inconfundível o cheiro teu,
Que se misturava ao meu,
Na noite escura do sertão,
Lentamente nos enlouqueceu.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel


sábado, 23 de março de 2013

O BICHO HOMEM


Quando a noite
a lua clareia o céu
adormece o bicho homem
acordam anjos no céu.

A madrugada vai passando
um novo dia vem chegando
o bicho homem vai acordando
adormecendo anjos no céu.

Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel