sábado, 25 de abril de 2015

Vou por ai

Eu vou por ai,
seguindo o vento,
às vezes caio,
fico ferido,
ferido estou,
mas não sei de onde,
encontro forças,
levanto-me e continuo...
E vou por ai,
gastando as minhas horas,
desperdiçando os meus tostões,
torrando os meus neurônios.
Vou de encontro ao tempo,
saboreando os dias
que ainda me restam,
bebendo as horas
de segundo em segundo,
e não me canso de andar.
Ando cada dia mais,
e anda comigo a felicidade,
que não me deixa andar sozinho,
eu a vejo a noite,
no brilho das estrelas,
entre a imensidão do universo,
ela está comigo
no banho de cachoeira,
no vento que sopra,
no pássaro que canta,
e vou por ai,
sem medo. 


Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

sexta-feira, 3 de abril de 2015

O Resto

O resto
é o que sobrou
depois que você embora,
sem dizer a adeus,
e não mais voltou.

Ficou um vazio na casa,
no quarto uma cama tão larga,
para um corpo franzino e solitário.

E na sala um piano mudo;
Jogado no sofá, ainda estava
o seu casaco de veludo
com o calor de teu corpo,
e seu perfume ainda nele
garantia que você saíra à bem pouco tempo,
sabe-se lá pra onde,
pois nem um recado sequer você deixou. 


Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras