domingo, 29 de novembro de 2015

Casamento

Vieste!
Maravilhosamente sorridente,
segura em seus passos,
dona de si.

Por mera formalidade,
recusou-se a entrar
na minha pequena,
porém, acolhedora casa de madeira,
que prego a prego,
tábua a tábua,
eu mesmo a construí
em volta do lago, só para recebê-la.

Pois bem Seu moço acredite:
Ela maquinalmente
bateu continência,
deu meia volta
e foi embora,
ainda vestida de noiva,
sem ao menos olhar para trás.

Agora me diga a verdade Seu moço!
Olhando bem no fundo dos olhos
desse infeliz e recém casado:
É ou não é,
esse um bom motivo
pra esse sertanejo
virar cangaceiro,
e correr atrás
das raparigas nos cabarés?


Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

domingo, 22 de novembro de 2015

Moça Bonita

Moça bonita
do sapato branco,
o meu desejo
é poder te amar.

Quando tu passas
deixa o teu encanto,
e seu perfume
fica espalhado pelo ar.

Saio todo dia
no portão as sete,
só pra te dar bom dia
e te ver passar.

O teu sorriso
é a minha alegria,
esse teu rebolado
arretado me faz delirar.

Moça bonita
aonde você for eu vou,
me leve para onde for,
é só me chamar,
pra qualquer lugar,
com você eu vou.

É só me chamar,
pra qualquer lugar,
moça bonita
com você eu vou.


Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras

domingo, 15 de novembro de 2015

O Poeta XII


Eu achava
que era meu,
o sorriso
que você me deu.

Estranho
é que você
nunca mais apareceu.

Moça
será que você me esqueceu?
O que foi que aconteceu?

Por que não me escreveu?

E agora nesta solidão,
deste dia tão pálido,
quem sofre calado sou eu;
Sou eu;
Sou eu.

Ligue ao menos,
moça,
nem que seja pra dizer
que eu nunca fui teu.

O sorriso
que você me deu,
nunca mais
apareceu.

O que foi que aconteceu moça,
que este Poeta solitário,
perdidamente por ti enlouqueceu? 


Com a gratidão de sempre,
Edinaldo Abel

Edinaldo Abel/Recanto das Letras